terça-feira, 29 de dezembro de 2009

Dieta vegetariana cuidados necessários


Os cuidados mais importantes a se tomar em uma dieta vegetariana dizem respeito à vitamina B12, ao cálcio e aos ácidos graxos ômega 3. Os dois primeiros devem ser considerados com especial atenção por vegetarianos estritos; o terceiro deveria ser uma preocupação de todos, inclusive não-vegetarianos.

Vitamina B12

Deficiência de vitamina B12 pode causar anemia e danos ao sistema nervoso.

Nenhum alimento de origem vegetal contém vitamina B12 em forma utilizável por seres humanos. No passado, acreditava-se que alimentos como espirulina, algas marinhas, levedura de cerveja ou produtos fermentados a base de soja (como tempeh e missô) poderiam conter vitamina B12. Hoje sabe-se que isso não procede.

Uma ingestão apropriada de vitamina B12 pode ser garantida de uma das seguintes formas:

Consumir diariamente 3 fontes de vitamina B12, como, por exemplo, 1 copo de leite (250mL), 185ml de iogurte, um ovo grande ou 1 copo (250mL) de leite de soja enriquecido com vitamina B12. Infelizmente, alimentos enriquecidos com vitamina B12 são pouco comuns no mercado brasileiro (verifique a tabela de informação nutricional).

Consumir diariamente um suplemento vitamínico contendo entre 5 e 10mcg de vitamina B12, ou consumir semanalmente um suplemento contendo 2000mcg de vitamina B12.

Consumo ocasional de leite ou ovos não supre as necessidades de vitamina B12

Cálcio

Exemplo de alimentos ricos e cálcio e porços contendo cerca 10% do valor diário recomendado. Deve-se consumir ao menos 8 porções desse tipo ao dia.

Alimento

Porção

Leite ou iogurte

1/2 copo (125mL)

Leite de soja enriquecido com cálcio

1/2 copo (125mL)

Queijo

20g

Tahini

2 colheres de sopa (30mL)

Brócolis, folhas de mostarda (cozidos)

1 copo (250mL)

Brócolis, folhas de mostarda (crus)

2 copos (500mL)

Um vegetariano estrito norte-americano consome em média 627 mg de cálcio por dia. Esse valor está abaixo da recomendação brasileira de 1000 mg diários. Dada a pequena oferta de alimentos enriquecidos no Brasil, é possível que vegetarianos estritos brasileiros ingiram quantidades ainda mais baixas de cálcio.

Alguns estudos sugerem que a absorção de cálcio em uma dieta vegetariana estrita seja melhor que naquelas que incluem alimentos de origem animal. No entanto, é recomendado seguir os valor diário de 1000 mg.

A tabela ao lado mostra exemplos de alimentos ricos em cálcio e de porções que incluem cerca de 10% do valor diário recomendado (IDR). A ADA aconselha a ingestão de ao menos 8 porções desse tipo ao dia.

Por sua vez, o Dr. John McDougall explicou que as plantas, que estão carregadas de minerais em quantidades suficientes para construir os esqueletos dos maiores animais da terra (o elefante, o hipopótamo, a girafa, o cavalo, a vaca), possuem cálcio suficiente para desenvolver os ossos relativamente penquenos do ser humano. O Dr. McDougall afirmou que a observação de que biliões de pessoas desenvolvem esqueletos adultos normais sem consumir leite de vaca ou suplementos de cálcio deveria ser suficiente para deixar toda a gente descansada em relação à adquaçao de uma dieta vegan, mas que infelizmente esse não é o caso, devido à propaganda enganosa da indústria do leite. Escreveu ainda sobre os inúmeros malefícios do consumo leite.

Entretanto alguns livros têm vindo a alertar para os muitos perigos do consumo de leite, sendo de destacar Don't Drink Your Milk!: New Frightening Medical Facts About the World's Most Overrated Nutrient do Dr. Frank A. Oski, Milk - The Deadly Poison de Brian Vigorita e Robert Cohen, e The China Study: The Most Comprehensive Study of Nutrition Ever Conducted and the Startling Implications for Diet, Weight Loss and Long-term Health do Dr. T. Colin Campbell.

Ômega 3

A ADA recomenda o consumo de 2 porções diárias de alimentos ricos em ômega 3, como por exemplo:

§ 1 colher de chá (5mL) de óleo de linhaça;

§ 3 colheres de sopa de óleo de canola ou de soja;

§ 1 colher de sopa (15mL) de linhaça moída;

Razões ecológicas para ser vegetariano.

A motivação aqui é racionalizar a utilização dos recursos naturais para a obtenção de alimentos. Um vegetariano reduz um elo da cadeia alimentar, tornando-a mais eficiente e, conseqüentemente, reduzindo o impacto ambiental da sua alimentação.As frutas, os cereais e os vegetais exigem 95% menos de matérias-primas para serem produzidas. Além disso, é necessária muito mais energia fóssil para produzir e transportar carne do que para produzir uma porção idêntica de proteínas de origem vegetal. Para produzir carne, é necessário cultivar plantas que alimentarão o gado, que por sua vez irá alimentar o homem. Durante o passo de alimentação do gado, foram gastos recursos como a água, energia e tempo, que poderiam ter sido poupados se o homem consumisse diretamente os vegetais.São necessários 18 quilos de cereal para produzir um quilo de carne, e um acre de terra se for utilizada para cultivar cereais pode produzir cinco vezes mais proteína do que se for utilizada para produzir carne. Logo, é possível alimentar muito mais pessoas, com um custo muito mais reduzido para o ambiente se produzirmos alimentos vegetarianos.

Outro exemplo: segundo a FAO (Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação), para produzir 1 kg de carne bovina são gastos aproximadamente 15 mil litros de água (considerando o consumo do animal durante sua vida dividido pelo rendimento bruto de sua carne). Para produzir 1 kg de soja, são gastos menos de 1300 litros de água, cerca de 10%. A economia de água é, portanto, superior a 90%.Ou seja, se consumíssemos directamente a soja, em vez de a darmos aos animais, também pouparíamos quantidades imensas de água, uma vez que cultivar soja requer muito menos água do que a que é necessária para criar animais para consumo: a substituição mensal de 1,6 quilos de carne pelo equivalente de soja pouparia 75 mil litros de água anualmente, e se 20% dos agregados familiares nos E.U e no Canadá substituíssem semanalmente 113 gramas de carne de vaca pela mesma quantidade de soja, poupava-se anualmente água suficiente para fornecer 10 galões de água potável para cada pessoa do mundo. Ainda de acordo com a FAO (estudo de 2006), a produção mundial de carne é responsável por 18% dos gases que causam efeito de estufa, ou seja, mais do que todos os meios de transportes mundiais juntos. No entanto, em 2009 dois cientistas do Banco Mundial corrigiram e recalcularam os referidos dados para o Instituto Wold Watch, concluindo que a FAO, que é promotora do aumento do consumo de carne, não analisou correctamente todos os aspectos, pois, após a correcção dos erros e o ajustamento dos dados a conclusão dos cientistas foi que a pecuária e os seus subprodutos são causadores de, pelo menos 51% dos gases causadores do efeito de estufa.

Anualmente cerca de 200.000 quilómetros quadrados de florestas tropicais são destruídas para criação de pastos para gado, conduzindo à desertificação e extinção de aproximadamente 1000 espécies de plantas e animais. As florestas tropicais também estão a ser destruídas para produzir soja, sendo que cerca de 80% da soja mundial é utilizada para alimentar animais para consumo humano em vez de ser consumida directamente pelos humanos. Se consumíssemos essa soja em vez de a usarmos para alimentar animais que, posteriormente serão comidos, eliminaríamos a necessidade de destruir as restantes florestas tropicais, pois existe um enorme desperdício no processo de produção de carne. De facto, apenas o gado dos Estados Unidos consome anualmente tanta soja e grão que seria suficiente para alimentar toda a população humana cinco vezes. A amazónia continua a ser desbravada a uma taxa de 25 000 quilómetros quadrados por ano para criação de gado e cultivo de soja para alimentar animais(ou seja, 11 acres de floresta são derrubados a cada minuto). Devido à redução das barreiras comerciais o mundo passou a ser um mercado único, sendo que o aumento do consumo de carne faz com que florestas de outros países sejam destruídas para cultivar soja para alimentar animais e assim, o nosso consumo de carne contribui, de forma indirecta, para a desflorestação no estrangeiro e para a consequente perda de biodiversidade. A destruição das árvores, por sua vez, vem a causar danos ambientais, pois estas deixam de absorver o dióxido de carbono.

Outro problema grave resultante do consumo de carne, são os excrementos que o elevado número de animais produz, o que não acontece na produção de alimentos de origem vegetal. Os animais criados para comer produzem 130 vezes mais excrementos do que toda a população dos Estados Unidos.

Quanto ao peixe, segundo um estudo publicado na revista Science, se a situação se mantiver assim, no ano 2048 não haverá mais peixe no mar. E o peixe criado em viveiro, tendencialmente possui níveis mais elevados de metais pesados e gera uma quantidade de fezes equivalente a uma cidade de 65 mil pessoas a despejar esgotos sem tratamento diretamente no mar.

Fonte: Wikipédia

quinta-feira, 10 de dezembro de 2009

A VIDA DO HOMEM

Vejamos uma alegoria que retrata a vida humana. Era uma vez, um homem que remava um barco rio abaixo. Alguém que estava na margem o advertiu, dizendo: "Pare de remar tão vigorosamente nesta suave corrente; logo adiante há corredeiras e um perigoso redemoinho, há crocodilos e demônios à espreita nas rochosas grutas. Você perecerá, se continuar".

Nesta alegoria, "suave corrente" representa a vida de luxúria; "remando vigorosamente" significa dar vazão às paixões; "corredeiras adiante" é o subsequente sofrimento e dor; "redemoinho" representa o prazer; "crocodilos e demônios" referem-se à decadência e morte que seguem a vida da luxúria e da indulgência aos maus desejos; "Alguém na margem", que adverte, é Buda.

Eis outra alegoria. Um homem que havia cometido um crime fugia à perseguição dos guardas. Tentou se esconder, descendo em um poço agarrando-se nas trepadeiras que cresciam em seus bordos. Quando descia, viu no fundo do poço, umas víboras; refreou então sua descida, agarrando-se e sustentando-se firmemente na liana. Depois de um tempo, quando seus braços começaram a se cansar, ele viu dois camundongos, um branco, outro preto, roendo a liana.

Se a liana se partisse, ele cairia, seria picado pelas víboras e pereceria. De repente, porém, olhando para cima, viu uma colmeia, de onde, ocasionalmente, gotejava mel. O homem, esquecendo-se dos perigos que corria, provou o mel com satisfação.

O homem significa todo aquele que nasce para sofrer e morrer sozinho. Os guardas e as víboras representam o corpo com todos os desejos. As Lianas significam a continuidade da vida humana. Os dois camundongos, um branco, outro preto se referem ao escoar do tempo: os dias e as noites e o passar dos anos. O mel simboliza os prazeres físicos que iludem o sofrimento.

Eis ainda outra alegoria. Um rei colocou quatro víboras numa caixa e a confiou à guarda de um criado. Ele lhe recomendou a tratar bem das serpentes e o advertiu que seria morto se a elas maltratasse. O criado, aterrorizado, decidiu jogar a caixa e fugir.

O rei mandou em seu encalço cinco guardas que dele se acercaram e, amistosamente, pretenderam levá-lo de volta, mas o criado, não confiando na amabilidade deles, fugiu para outra aldeia.

Então, em um sonho, uma voz lhe dizia que nesta aldeia não havia abrigo seguro e que seis bandidos o atacariam. Aterrorizado, o criado fugiu até chegar a um impetuoso rio que lhe barrou o caminho. Pensando nos perigos que o estavam seguindo, fez uma jangada, conseguiu cruzar a turbulenta corrente e alcançar segurança e paz.

As quatro víboras da caixa são os quatro elementos - terra, água, fogo e ar - que compõe o corpo físico. Este corpo, fonte do desejo e da luxúria, é o inimigo da mente. Portanto esta tenta fugir daquele.

Os cinco guardas que se acercaram amistosamente são os cinco agregados - a forma, o sentimento, a percepção, a vontade e a consciência que formam o corpo e a mente.

O abrigo seguro são os seis sentidos, que não são, apesar de tudo, refúgios seguros, e os seis bandidos são os seis objetos destes seis sentidos. Assim, vendo as ciladas e os perigos nos seis sentidos, o criado fugiu uma vez mais, até à brava corrente dos desejos mundanos, onde, com os bons ensinamentos de Buda, fez uma jangada e sobrepujou, com segurança, a turbulenta corrente.

Os três tipos de homens


Há três tipos de homens no mundo. Os primeiros são como letras entalhadas nas rochas: dão facilmente margem ao ódio e retêm irados pensamentos por muito tempo. Os segundos são como letras escritas na areia; também sentem ódio, mas seus irados pensamentos rapidamente desaparecem. Os terceiros são como letras escritas na água corrente; não retêm pensamentos passageiros, deixam o abuso e a inoportuna bisbilhotice passarem despercebidos; suas mentes estão sempre puras e imperturbáveis.

Há ainda outros três tipos de homens. Existem aqueles que são orgulhosos, agem temerariamente e nunca estão satisfeitos; suas naturezas são fáceis de entender. Há aqueles que são corteses e sempre agem com consideração; suas naturezas são difíceis de entender. Por último, há aqueles que dominaram completamente os desejos; é impossível compreender suas naturezas.

Assim, os homens podem ser classificados de muitas maneiras, mas suas naturezas são impenetráveis. Somente Buda as compreende e, com Sua sabedoria, orienta-os com vários ensinamentos.