Ao ver o vídeo acima não pude deixar de compará-lo as ações aos sonhos do nosso cotidiano, quanto vale um sonho? No caso do Kiwi valeu uma vida, a dele, ao que parece ele morreu feliz, mas caso ele mudasse de idéia depois do salto o que poderia ser feito???
Ele queria voar e se entregou a ilusão deste vôo, também nós quando desejamos voar nós entregamos a ilusão e ligamos nossa felicidade a realização de tal sonho, movemos esforço para termos uma boa profissão que nos garanta um carro do ano, um bom apartamento, roupas da moda, eletroeletrônicos sofisticados etc., e o que há de errado nisto? NADA!!! Também não há nada de errado em voar, o problema foi a forma como o Kiwi o fez, quando o que era para ser simplesmente um bem de consumo se transforma em um ideal de vida estamos nos lançando no vôo vertical desta tão simpática ave desprovida de asas capazes de voar. Tal qual falta capacidade de vôo as asas dele creio que nos falta a visão correta da realidade das coisas, por isso buscamos bens materiais como forma de realização pessoal, neste vôo não morremos como o Kiwi, mas também não encontramos satisfação duradoura, pois o carro do ano só tem o seu status de “do ano” até dezembro, a casa se desgasta, as roupas mudam de tendência e os eletroeletrônicos evoluem de forma desconcertante, e nós na tentativa de seguirmos esta corrida consumista dedicamos tempo e esforço de nossas vidas, acreditando que para sermos felizes temos que obter estas coisas, isto é verdade em parte, afinal é um direito de todo ser humano ter um bom emprego, moradia, etc., mais uma vez o problema está na forma como se encara estes bens, basta dizer como as referências mudaram, hoje não se pergunta “você conhece fulano filho de beltrano? Mas sim “ você conhece fulano, aquele do carro tal? Da moto tal? Que trabalha na Empresa tal? Mas e se não tiver o carro, a moto, a empresa como referencial o que resta ? Nada? Ora resta o ser humano que merece ter estas coisas por seu esforço e capacidade pessoal, mas que não necessita em absoluto de tudo isto para ser feliz , pois a felicidade ou a infelicidade mora em nossas ações e não em nossos bens perecíveis. A conseqüência do vôo do kiwi foi a perca da sua vida, também perdemos a nossa quando movido pelo desejo de posses mundanas nos afastamos daqueles que amamos ou que de alguma maneira necessitam de nós, achando que o ganho de determinado sonho de consumo justifica certos atos de egoísmo e individualismo que são a marca registrada de nossa sociedade, que benefício qualquer posse material pode trazer que desfaça o karma do egoísmo e da ambição desmedida? O dinheiro não é maléfico nem benéfico, traz facilidades e conforto, mas nunca felicidade ou infelicidade, o que gera isto são nossos atos, não há mal nem bem em se ter carros, motos, roupas da moda etc., a forma como se tem é que gera méritos ou deméritos para o “dono” (na verdade não somos donos de nada). O que vale menos? bens materiais vazios ou o conceito que faz certas pessoas desmerecenrem a si e aos seus semelhantes colocando as posses acima das ações que valorizam o espírito humano? Parece que em nossa sociedade só há espaço para o consumismo, as aparências e status, e assim vamos naquele vôo vertical. Ora o Kiwi morreu feliz, ele estava certo? Errado? Mal orientado? E sobre tudo valeu á pena? Isto apenas cada um pode responder para si próprio, lembro apenas que ao contrário do Kiwi podemos interromper a nossa queda antes de perdemos o dom de ter uma vida bem vivida com uma alegria simples e duradoura que só pode ser obtida pela pratica da compaixão.
Muito bom o texto
ResponderExcluir