segunda-feira, 7 de setembro de 2009

O PODER DE BUDA




Kisagotami era uma pobre viúva que tinha sofrido diversas reviravoltas cruéis na vida. Então, como último golpe, o amado bebê – que era tudo que ela tinha no mundo – morreu.
Ela estava inconsolável e não queria que o corpo fosse cremado. Sofrendo também, um dos vizinhos da vila sugeriu que ela fosse ver o Buda. Ela chegou ante ele com o cadáver ainda em seus braços. “Me dê algum medicamento especial para curar minha criança, traga-o de volta” implorou.
Então o iluminado calmamente falou:
“Sim, posso te ajudar. Vá e me arranje três grãos de sementes de mostarda. Mas elas precisam ser de casas onde a morte nunca tenha ocorrido”.
Kisagotami encheu de esperança seu coração. Mas, assim que ia de porta em porta, ouvia uma história de perda após a outra. Desolada voltou a presença de Buda e disse que não encontrara uma única casa em que não houvesse ocorrido a morte.
Buda olhou serenamente para a pobre mulher e nesse instante a sua mente pode compreender que o luto não era sua tragédia pessoal, mas uma característica da condição humana, e aceitou o fato, com a alma resignada cremou a criança e se tornou dicípula de Buda.
É na correta compreenção da realidade e na compaixão por todas as coisas que mora o poder de Buda.

Um comentário:

  1. É que nos vários encontros de sua busca das sementes nunca e encontradas essa mulher já estava sendo preparada para a compreensão dá perda, porém o momento da integração mental desses elementos, parece ser o momento do sereno olhar do Budha. Stelio Araujo.

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